Dr. Leoberto "fazendo a cabeça" e os corações da platéia
Na programação de abertura, quando era imperativo tocar as pessoas que pouco sabiam de Justiça Restaurativa, a fala do Dr. Leoberto Brancher foi o marco na criação do clima que se buscava viver dali por diante.
Toda a programação do evento se destinava a mobilizar mentes e corações, através das interligações ostensivamente propostas de Justiça Restaurativa com ciência, emoção e espiritualidade.
E o Dr. Leoberto foi extremamente feliz ao sair do formalismo de uma fala somente apoiada num roteiro e falou a todos como se conversa de pessoa a pessoa. Foi um momento comovente e que deu bem a dimensão do tipo de conexões que a partir dali se fariam entre os participantes. A fala do testemunho, do "olho no olho", quando eivada do saber atento e consciente, tem esse poder mágico, mobiliza internamente e de pronto impele à ação.
Foi um privilégio para todos nós que depois de estabelecida essa conexão pudéssemos beber da riqueza da experiência do Prof. Pedro Scuro Neto, o pioneiro, que desde há tanto tempo se imbuiu do compromisso de nos encantar com a notícia das experiências restaurativas que conheceu pelo mundo a fora, e como mestre que é, nos levar à busca desse conhecimento.
Não menos marcante, e plena da convicção do pesquisador-buscador, foi a fala do Dr. Renato Sócrates, que foi ainda mais motivante porque abriu os espaços de debate, com a participação na mesa de dois pernambucanos já comprometidos com a causa restaurativa: o Dr. Carlos Eduardo Vasconcelos e a Dra. Yélena Araújo, ele emérito mediador, dentre outras qualificações, e ela Promotora Pública atuando no JECRIM.
A tarde desse primeiro dia foi movimentada porque houve a apresentação simultânea dos três projetos pilotos que estão sendo desenvolvidos e o público se dividiu para tomar conhecimento dessas experiências tão marcantes na história da Justiça Restaurativa no Brasil. E nessa hora, para dar conta de saber tudo que se passava, víamos os grupos se dividindo, num movimento cooperativo bem próprio do ambiente, sempre com o compromisso de repassarem uns aos outros as informações colhidas, as impressões acerca não só dos dados, mas sobretudo da vivência de cada expositor. Foi um momento diferenciado do que estava no programa, mas que pode satisfazer, em termos de tempo, à necessidade dos expositores que ficariam com muito pouco tempo para tanta troca de informação se tivesse havido rigidez ao que programáramos. Foi uma sugestão do Dr. Eduardo Melo, juiz responsável pelo projeto de São Caetano, a quem agradecemos.
À noite tivemos um momento dos mais importantes com a roda de diálogo sobre a Educação Restaurativa, enfocada sob dois aspectos: o da formação das pessoas que vão trabalhar com Justiça Restaurativa e o da introdução das Práticas Restaurativas na Escola. A mesa, formada pelo Dr. André Gomma, a Profa. Maria Elvira Tuppy, o Prof. Deodato Rivera e Mediada pelo Dr. Carlos Eduardo Vascocelos, trouxe aspectos muito significativos desses dois âmbitos do encontro da Justiça Restaurativa com a Educação.
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